segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Diário de Bordo da Turnê Encantoria no Rio Acre - #6

Seringal Nova Amélia - Capixaba/Acre 
14/02/2013
Escrito por Rodolfo Minari
Fotos por Talita Oliveira



Acordamos na casa de seu Antônio e mais uma vez constatamos que o melhor local para apresentação era dentro da casa. Arrumamos as coisas na sala, com a cortina que a divide com o quarto ao fundo da banda. Removemos a caixa de som e mudamos a cama de lugar. O quarto ficou como camarim. Nas outras paredes da sala, calendários, fotos, gravuras, santinhos de um candidato do PCdoB e, num quadro, a imagem e a história da Arca de Noé.

Amanhecendo...

Além do casal e seu filho, um “menino” de 24 anos, chegaram de canoa as visitas, duas moças com duas crianças. Gostaram e riram com a Origem das Estrelas. No Encantoria, a menina menor ficou tensa ao longo de todo espetáculo, contendo o melhor que pode o choro até o final, indo e voltando do chão para o colo da menina. Com a entrada do Uirapuru, já no final, ela não aguentou e pediu para sair... A maior se manteve tranquila, porém foi difícil convencê-la a vir para o meio da gente, na hora da foto.

Apresentação do Pachorra.

Apresentação do Vivarte.
Vivarte, Pachorra e o público.

Tivemos um almoço excelente, com peixe, frango caipira e queixada. Foi avisado aos de fora que a carne do porco é remosa, faz mal, inflama feridas. Mas todos comeram, estava muito boa... Aos fundos da casa também foi muito bom o banho de caixa d’água. Essa hora o sol brilhava forte. Secamos um pouco do suor dos figurinos, pendurando-os na cerca. Juliano conversou bastante com Antônio e Serafim sobre meio ambiente. Tenho sempre a nítida sensação de que suas falas sensibilizam o interlocutor e o fazem pensar, graças ao equilíbrio do seu ponto de vista, que enxerga a natureza como um sistema harmonioso que gera a vida e preciso ser protegido, mas também enxerga o homem, que precisa se defender, sobreviver, criar seus filhos, consumir proteína, produzir. Reforço com a isso a fé de que faz a arte, nesse aspecto, pode funcionar melhor até do que sanções ou multas, porque desperta consciências e educa as pessoas para o seu próprio bem-estar.
Capitão Serafim e seu assistente, Juliano

Seguimos viagem. Ou melhor, iniciamos a viagem de volta, dessa vez descendo o Rio Acre. Tínhamos outra apresentação a fazer ainda nessa dia, no local onde, na ida, compramos refrigerantes e avisamos o horário da apresentação. Essa estratégia deu prova de sua eficácia: foi nosso melhor e mais animado público e sem dúvida uma das melhores performances de ambos os grupos. Compareceu, inclusive, uma senhora que já nos havia assistido na Dona Subaya, alguns dias atrás. Disse que gostou e veio ver de novo, e trouxe gente. Outra apresentação, dentro da sala. Cuidamos para não cobrir com o banner nenhuma janela, pois através delas se via a mata exuberante lá do outro lado do rio. Muitas gargalhadas, grandes sustos. Teatro com vida. No fim do dia um piquenique das besteiras que tinha na venda, biscoito, refri, salgadinho de isopor, amendoim japonês. Tainá descolou até uma erva mate (com limão), que tomamos quente.

Público chegando...
Apresentação do Pachorra.
Apresentação do Vivarte.
Vivarte, pachorra e o nosso maior público!


O jantar foi incrível, e a noite de chuva. 

Proseando...

 

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