quinta-feira, 25 de junho de 2009

Diário de Bordo #8 - Dia 19/06


Acordei cedo, pois o dia prometia ser de muita atividade na Escola Estadual de Educação Especial Professor Abnael Machado de Lima,e não tínhamos concluído a confecção das mascaras nem feito os figurinos. Então retomei cedo o trabalho com as mascaras e logo depois chegou Dani e Juliano da Rodoviária com Rogerinho. Logo Rogerinho se somou a mim e em seguido vieram as crianças. Mais tarde estávamos todos envolvidos na conclusão das máscaras, então comecei a confeccionar os figurinos . Foram todos feitos de colagem de jornal e revistas. Faltavam apenas uma hora para irmos almoçar ainda falta fazer 04 figurinos,então Juliano, Daniel vieram ajudar .
Dani e Juliano quando vieram da rodoviária, pegaram um taxi, o qual foi o mais em conta na cidade, então falarão que poderíamos fazer um pacote,com o Senhor Nino, que é o dito taxista. Ligamos pra ele e o mesmo fechou a condução do grupo até o SESC para almoçar e deixarmos na Escola . Ele foi um achado, pena que o encontramos já no final da realização do Projeto.
Bom, então nos dividimos em duas equipe. A primeira equipe que foram: Daniel, Rone, Gabi, Juliano e as crianças, foram primeiro almoçar. Eu,Dani,Lua e Rogerinho, ficamos pra terminarmos de organizarmos adereços e figurinos instrumentos para levarmos na segunda viagem do taxi.
Quando chegamos no SESC para almoçarmos, a primeira equipe já estava pronta para seguir para a Escola. Enquanto almoçávamos a Gisele e Rogerinho ficou nos esperando. O Senhor Nino o taxista, demorou retornar para nos apanhar então ficamos ansiosos esperando. Quando seu Nino chegou, já estávamos tentando ligar pra ele,mais não foi necessário, na verdade o carro tinha furado o pneu e seu Nino precisou trocalo.
Ao chegarmos na Escola a primeira equipe, Rone,Daniel, estavam instalando o Som e testando o violão.
Gabi e as crianças estavam nos esperando com o material de toda a produção do dia.

Gabi terminou de preparar algumas máscaras. O Professor de Musica da Escola arrumou uma sala para colocarmos nosso material e nos maquiarmos e prepararmos para a conclusão de todas as atividades que aconteceram durante toda a Semana.
Estávamos prontos .Era a hora de começarmos o Cortejo. Eu com o Personagem da Mãe da Mata,do espetáculo: Os Lamentos da Mãe da Mata. Dani com o Personagem do Brincando com Cordel, a boneca. Lua na percussão.
Fomos em Cortejo pra sala onde aguardavam todos os alunos. Começamos a nossa atividade, vestindo os alunos com adereços, chapéus e máscaras. E saímos em Cortejo para o refeitorio, espaço onde rolou toda a atividade.

No inicio teve o Forro, com apresentação dos alunos da Escola, em seguida foi a vez da Peformance do Brincando com Cordel. A recepção do publico foi maravilhosa. Em seguida, teve mais apresentação junto com grupo dos alunos e logo depois veio a Peformance da Mãe da Mata.quando iniciou a apresentação da Mãe da Mata, todo o público ficou em um silencio, parece que não queriam deixar de v er nenhuma ação da Mãe da Mata.
Com o final da performance da Mãe da Mata,Dani e todos nos continuamos com a Ciranda, e todos alunos professores e integrante do ponto de cultura, O Imaginário, o Chição se juntou a grande festa.

Uma das partes que mais mi emocionou, foi quando Dani puxou a historia do Grão de Areia e dois artistas alunos interpretarão. Foi uma das cenas mais emocionante pra mim.
Todas as atividades duraram uma média de quatro horas.

No final a Professora Elza, que tem toda uma vida de educadora daquela Escola, veio nos cumprimenta, e nos disse, que foram momentos que ela e com certeza seus alunos nunca vão esquecer. E que a voltar para as atividades ela vai da continuidade com estudo dos textos de poesia de cordel.ela também disse, que foi uma semana muito movimentada, e que os alunos se comportaram tão bem, que ela disse que todos nós estávamos de parabéns. Mais nos do Vivarte, falamos pra ela, que essa vivencia com esses alunos, pra nós foi de um aprendizado que não dá pra calcular.São pessoas de uma sensibilidade e entendimento, sinceridade, que só somou nossos conhecimentos vividos.

Maria Rita

Diário de Bordo #6 - Dias 18/06


Quando acordei e o Chicão já estava conversando com a Dani, a Rita e o Juca que iam sair para dar uma entrevista numa rádio. Estavam conversando sobre a melhor possibilidade de se realizar o Sarau, chegaram a uma conclusão que seria mais agradável se fizéssemos uma reunião com os artistas e que se formassem bate papos entre nós, uma troca de informações, com comidas, bebidas e algumas apresentações.



Fui com a Dani compra o café da manhã, pois as crianças ainda estavam dormindo... A Rita e o Juca voltaram porque não teve entrevista, a rádio tirou folga, hoje aqui é dia do Evangelho. Comemos e fomos aprontar as coisas pra ensaiar a performance do Brincando com Cordel, recebemos algumas informações do Daniel em relação a sincronia da dança com a música, ensaiamos uma, duas, três vezes e enfim nos demos por satisfeitas.



Chegaram às marmitas, as crianças não quiseram comer naquele momento, pois estavam empolgadas para irem pra piscina, depois de comer fui ajudar a Rita com a confecção das máscaras expressivas, algumas ficaram prontas, outras em termino.



Bateu aquela fraqueza e saudade de casa, daí fui me deitar um pouco, acabei dormindo algumas horas, quando acordei a Dani, o Juca e a Rita tinham ido ao centro comprar o resto do material que estava faltando para o figurino.



Deu 18:00h, pegamos carona com o Moises, irmão da Rita e fomos pro Sesc, apresentar o Brincando na abertura do espetáculo Os olhos verdes da neurose com a direção do Chicão as 20:00 h. Chegamos, arruamos tudo, maquiagem, roupa, instrumentos, voz... Esperamos prontas e ansiosas para começar. Deu à hora o Juca pegou a boneca (Dani) colocou-a no local e chegou minha vez de sair tocando pra acordá-la e assim segue o espetáculo.



Terminado fomos pra dentro nos trocar e tirar um pouco da maquiagem, pois o teatro já ia começar. Assistimos Os olhos verdes da neurose, espetáculo do grupo O Imaginário .



O Moises foi nos buscar as 21:30h e viemos novamente pra o espaço, a Dani e o Juca foram pra casa da avó, esperar para amanhã buscar o Rogerinho na rodoviária, jantamos e fomos descansar.



Marilua



Diário de Bordo #5 - Dias 17/06

Acordei hoje ás 7:30 da manha com Francisco(mais conhecido como zolhim grande) gritando :

_O café esta na mesa, cuida se não o pão vai acabar.

Levantei-me um pouco preocupada, pois queria também comer pão. E bem levantei e no inicio da manha foi estabelecido o que cada um ia ficar responsável. A Rita e o Juliano foram a TV Rondônia (Amazomsat) pois tinha entrevista marcada .

Eu , Lua , Daniel, Thais , Gisele e Francisco ficamos ensaiando . Bem iniciamos com uma musica Cubana e Lua e eu ficamos descobrindo movimentos que poderiam ser feito com as bandeiras, se integrando a nós Gisele e Thais que só agüentaram por 30 minutos. Depois desse aquecimento, ensaiamos a performance teatral do Brincando com Cordel a qual estaremos apresentando em Porto Velho , no SESC antes do espetáculo Olhos Verdes da Neurose do Grupo o Imaginário. Então no ensaio Daniel, Gisele, Francisco e Thais ficaram assistindo o ensaio. Foi muito produtivo criei movimento ao qual chamei Galopado . Terminando o ensaio fomos para o almoço no SESC.

E depois todos para a oficina na Escola Professor Abnael . O que esta sendo muito interessante a experiência de trabalharmos com pessoas especiais, as quais todos os dias me ensinam algo novo. Comecei a aula hoje com dinâmicas utilizando cantigas e danças populares .

Mais opa espera um pouco esta faltando alguns alunos que são muito especiais. O Pequeno grão de areia Evandro que o negão muito simpático e feliz , de uma voz linda . Que canta :

_ Lá vem o negão cheio de paixão ticata, ticata, ticata

E o Pedro que tem o nome parecido com São Pedro, um pandeirista, musico muito bom que tem o sonho de ter uma banda e viajar por todo lugar.

Fiquei mais tranquila quando entrou o Evandro e o Pedro .

E depois me pediram uma historia , a qual contei com muita felicidade . Contei a historia do “pescador , o rei e o anel” o qual gostaram muito . E depois ensaiamos a historia do pequenino grão de areia , a qual estamos ensaiando para apresentar para todos da Escola na sexta . Fique muito feliz com o comentário de uma professora, que disse:

_ Estou já a três dias sem dor de cabeça .

Ai que fiquei ainda mais feliz, pois ela disse que a oficina á deixava bem leve , e ela se sentia melhor.Bateu o sino para o Lanche , e saíram todos . E nesse horário eu e Juliano nos reunimos para decidir o que faremos.Então no ultimo horário iríamos sair em cortejo .

Saímos em cortejo. Com muita, mais muita felicidade, e muito sorrisos. E eu ao lado do meu aluno Pedro o ótimo musico. Muito orgulhosa de todos os alunos.

Bem pegamos carona no Ônibus da escola , para o espaço Vrena . Chegando ao espaço, fomos direto para o ensaio do espetáculo Historia de Encantes , fizemos o teste com o som . E vimos que não deu certo , pois faltaram microfones e ainda não estamos preparados para irmos para a rua com microfone . E decidimos que o microfone fica para outra oportunidade, e os microfones só ficariam para os instrumentos .

Mudamos a marcação do inicio do cortejo , para apenas uma pessoa com as duas bandeiras em movimentação de suing .

Bem o ensaio foi muito produtivo.

O cansaço bate , agora é hora de alimentar e descansar.

O Mundo

Um homem da aldeia de Neguá , no litoral da Colômbia , conseguiu subir aos céus .

Quando voltou , contou .Disse que tinha contemplado, lá do alto a vida humana. E disse que tinha contemplado , lá do alto a vida humana .E disse que somos uma mar de fogueirinhas.

_ O mundo é isso- revelou- Um montão de gente , uma mar de fogueiras .

Cada Pessoa brilha com luz própria entre todas as outras .Não existem duas fogueiras iguais . Existem fogueiras grandes e fogueiras pequenas e fogueiras de todas as cores . Existem gente de fogo sereno , que nem percebe o vento, e gente de fogo louco , que enche o ar de chispas . Alguns fogos , fogos bobos , não alumiam nem queimas; mais outros incendeiam a vida com tamanha vontade que é impossível olhar para eles sem pestanejar , e que chegar perto pega fogo .

Eduardo Galeano –O livro dos abraços –Ed.LPM

Diário de Bordo #4 - Dia 16/06


Hoje pela manhã foi desenvolvido aqui no espaço Vrena mais uma atividade do grupo Vivarte. O ensaio chamado Cabe na Mala, espetáculo de contação de histórias populares, onde foram reformuladas e acrescentadas novas marcações ao espetáculo. Ensaiamos mais ou menos 2 horas onde os participantes são o Juliano, Dani, Marilua e eu que entrei a pouco e que tocado o violão dou uma nova dinâmica e remanejamento para a formação momentânea desta peça teatral.

Depois fomos almoçar e o grupo rumou para o segundo dia na escola Abnael Machado, onde foram realizadas as oficinas de construção de máscaras com a Rita , contação de histórias com a Dani e Percepção corporal com o Juliano e a Lua. A receptividade dos alunos e professores foi muito boa, causando assim, boa impressão para todo o grupo. Encerradas as oficinas do dia, voltamos para o alojamento. As 21:00hs começaram as preparações para o ensaio aberto do Encantados, com a participação das crianças do grupo, Thaisa, Francisco e Gisele e nós acompanhando-os. No início a Dani e a Lua ficaram entretendo o público que já se encontrava no local. Ao termino do ensaio foi realizada uma reunião com todos, onde foram debatidos assuntos e feita uma avaliação sobre o desempenho das crianças e como foi a apresentação.

Daniel Lima

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Diário de Bordo #3 - Dias 15 e 16/06


No primeiro dia a Silvia, que é Diretora da Escola, nos apresentou os espaços em que iríamos Ministrar as oficinas. Logo nos familiarizamos com o lugar. E ficou definido que eu ficaria nos espaço do Pátio, pois logo percebi que tinha uma mesa enorme e poderíamos realizar a Construção de Máscaras ali. Daniele que está realizando a oficina de Contação de História ficou na Sala de Informática. O Juliano ficou na sala de Música, onde o Professor Bira da aula. Um amor de pessoa. Definido os locais nos preparamos para receber o mais esperado. Acho que esse sentimento era recíproco, tanto por nos do Grupo Experimental de Teatro Vivarte, quanto de Professores e estudantes. As oficinas estão sendo oferecida simultaneamente, logo percebemos o Perfil do nosso público alvo: são jovens e adultos com a faixa etária de idade de 18 á 26 anos.

Tudo pronto. Que venham os alunos. Cada turma ficou com uma quantidade de 30 a 35 alunos. Na minha turma ficou uma media de 20 a 25 alunos. Mais expliquei pra eles, que eu não poderia construir a máscara do molde do rosto de todos naquele dia. No processo eu iria tentar atender a ansiedade de todos. O primeiro aluno dizia ser o líder da turma e ele logo queria dar exemplo para os demais. Achei bacana a atitude dele. Ele deitou na mesa e preparei tudo para começar o negativo do rosto dele. A Gabi e Rone preparavam o tecido da exposição de Pipas.

Ao termino do primeiro dia percebemos que era como prevíamos é um público carente desse tipo de atividade. E como nosso objetivo principal é a escola achamos melhor trazer para a Escola também a exposição de Pipas.

No final do dia conversando com Chição e Vrena o proprietário do espaço, que poderíamos em vez de oferecer oficina para os artistas, porque não fazermos uma vivência com a comunidade do Bairro do Tucumanzal? É um público de 100 entre crianças e adolescentes. Que estão realizando no espaço Vrena ensaios de quadrilha. Alem de ter o público de adulto que também e uma média de oitenta a cem pessoas. Então estamos concentrados nosso trabalho na escola e na Comunidade do Bairro onde estamos hospedados no dia 15 fizemos o primeiro contato com a comunidade, e os convidamos para participarem e apreciarem nossos ensaios abertos que acontece na quadra, onde eles ensaiam a quadrilha das festas juninas. Após o ensaio deles é que começamos nossas atividades.

Com a reprodução do rosto humano, representando os alunos da Escola, iremos construir as máscaras expressivas, que serão confeccionadas com cola, jornal e terá como base a escultura do rosto dos alunos. As máscaras expressivas têm uma expressão forte, enfatizam traços às vezes propositadamente distorcidos. E apresentam mais emoções do que tipos. Nelas não importa perfeição ou proporção, mas sim força de expressão e apresenta uma realidade exageradamente. No primeiro e segundo dia conseguimos reproduzir o rosto de sete alunos.





Premio Interação Estética – Residências Artísticas em Ponto de Cultura- Projeto Residência Artística Ser Especial na Arte


Maria Rita Costa da Silva.
É Presidente do Grupo Experimental de Teatro Vivarte e Proponente do Projeto.

Diário de Bordo #2 - Dia 15/06



Acordamos no Vrena, vindo de uma noite de chuva e um clima ótimo para dormir e uma manhã com cheiro de terra molhada. Tomamos café da manhã, em seguida, chegou o Chicão com notícias da estréia do espetáculo Filhas da Mata, o qual estava estreando (grupo de Rondônia – O imaginário), sentamos para confirmar as programações, quase tudo confirmado menos a oficina com a classe artística que foi transferida devido a alguns problemas de divulgação se transformou em um ensaio aberto para a comunidade no Vrena, assim garantimos um público para apresentarmos e trocarmos experiências. Em seguida fomos preparando-nos para a atividade na escola Prof. Abnael, Dani e Lua foram atrás do alimento e eu, Daniel, Thaís e Francisco alimentamos a alma com ritmo, melodia e canto. Chegada a hora do almoço no SESC, tivemos um pequeno contra tempo mais logo resolvemos, logo seguimos para as atividades. Encontramos Roni, Gabi e Rita, organizando os materiais necessários, fomos apresentados aos professores. A oficina demorou, pois os alunos tinham ido a um passeio, enquanto isso conversamos com o professores que falavam de suas experiências, uma delas que não sabia que os trabalhos seriam com os alunos ficou admirada pela iniciativa do grupo. O prof. Bira (Sonoplasta), nos apresentou a sala onde estão ocorrendo às oficinas de percepção corporal e rítmica. Estávamos com ansiedade e receio, pois nunca tivemos experiências com pessoas especiais. Quando chegaram, já fomos vendo que a maioria carregava um sorriso no rosto, estávamos acompanhados de mais 2 professores da escola.



Vamos à oficina de percepção corporal e ritmica


Formamos uma roda, sentamos, apresentamo-nos (nome, idade, se já fez e viu teatro...), alguns já, pois ali se encontrava público de teatro, atores, atrizes, músicos, dançarinos..., nossa primeira dinâmica foi passar energia através da palma da mão de um a outro, logo viraram gestos. Ótimo! Anteciparam a etapa da dinâmica, então a passagem de energia passou a ser pelo olhar e alguns tiveram dificuldades, fizemos um aquecimento com essa energia que circulava pelo corpo, passando também de um a outro, esta energia foi tomando forma e a imaginação, os corpos foram se soltando. Percebemos as astucias e limitação de cada um, logo, bateu o recreio. O tempo de intervalo era de meia hora mais em 7 min. Lua veio me avisar que tinham voltado, no tempo que faltava para encerrar meia hora de intervalo (23 min.), pegamos os instrumentos e começamos a tocar, os músicos foram aparecendo, um baterista e um sambista. Veio a segunda etapa, um pouco de cacuriá, que deu certo, mas a ciranda tivemos dificuldade devido a limitações dos alunos, começamos a puxar duplas para o centro da roda estimulando a interação, precisávamos de algo a mais, ai nós vimos que precisava na dupla alguém que tivesse mais desenvoltura, pegamos um a um e nos movimentando dando intenção e descobrindo o corpo. Assim a oficina transformou-se em uma grande descoberta, trabalharmos e trocarmos nossas experiências e dificuldades numa grande festa. Enceramos a oficina em êxtase. Depois da oficina conversamos um pouco mais com o Bira, que falou do seu trabalho com sonoplastia, bonito trabalho por sinal.

Retornamos ao Vrena, nessa tarde tivemos uma conversa com o idealizador do espaço, que relatou as dificuldades e planos para o espaço, jantamos (marmitex a lá SESC), conhecemos também a quadrilha infantil da comunidade Tucumãnzal, divulgamos o ensaio aberto, estávamos cansados então deixamos para avisar a quadrilha dos maiores outro dia, assim fomos ao merecido descanço... zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz... zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz...

Vivarte, experimentação e vivencia

Ação construindo a história, cantando, encontrando, contando e recontando a memória.


Juliano Espinhos

terça-feira, 16 de junho de 2009

Diário de Bordo #1



Pegamos o ônibus na rodoviária as 22:00h, uma viajem angustiante pra mim, divertida e ansiosa pra outros, esperançosa em termos de trabalho, enfim, cansativa e um pouco agonizante pois o frio era tremendo. 19° era o que dizia a termômetro. Tivemos a primeira parada e saída do ônibus a 01h30 mais ou menos pra a travessia da balsa. Uma lua linda e brilhante, o rio, as margens... Todos ansiosos com a tão esperada chegada.

Chegamos, ufa!

As 6:00hs, tiramos todas as nossas pesadíssimas e enormes bagagens, decidimos que uns iriam levá-las até o Espaço Vrena e os outros pra casa da avó da Dani, tomar café da manhã e esperar o restante.

A dona Francisca, uma senhorinha linda, me pareceu muito jovial e que adora santinhos, nos recebeu com sua calorosa simpatia... Tomamos café e fomos para o sítio da família, comer carnes, um lugar bonito, mais com um ar misterioso. Muitas instalações, por todos os lados, fios elétricos, pneus, madeiras, ferros, garrafas plásticas que se misturavam com folhas, árvores, frutos e um senhor que agora não me recordo o nome, que lhe oferece um chá de ervas que ele mesmo faz, com um cheiro bem familiar, só que mais fraco.

Bebemos, comemos, conversamos de montão, brincamos, nos pintamos... Chegou à hora de irmos pro Vrena arrumar tudo, pro próximo dia que nos esperava nessa pequena e longa jornada.

O Espaço Vrena, que lugar maluco, bonito, mais maluco. O que é diferente nos assusta um pouco, logo na entrada possui diversas cabeças, expressões de todos os tipos, gritos, medo, olhares, alegrias e raivas, coisa de louco. A casa é enorme e fomos recebidos pelo próprio Vrena, escultor e dono da casa cultural, nos mostrou os quartos e nos deixou super a vontade. As crianças se animaram com a piscina, e logo se trocaram e foram brincar, o que é de direito! Esculturas espalhadas por todos os lados, seres encantados, curupira, mapinguari, cobra grande, sereia, boto, duende e imagens de pessoas com expressões negras, mas o mais sinistro de todos é em uma parte onde tem nove encapuzados em forma de circulo e com uma fogueira no meio, super ritualístico, mas um pouco assustador, aos meus olhos.

Enfim, conhecemos tudo, brincamos, bebemos mais um pouco, esquecemos a mascara do mapinguari que tinham acabado de fazer no ônibus, confeccionamos umas pipas para a exposição da Dani, jogaram o Juca na piscina, logo depois a Dani, que não curtiu muito a brincadeira, dai jantamos, começamos a tocar e me entreguei ao sono e não sei mais o que aconteceu.


Marilua


*Marilua é uma das integrantes do Grupo Experimental de Teatro Vivarte, que está realizando o projeto "Residência Artística" em Porto Velho.

Vivarte faz Intercâmbio em Porto Velho*

O Grupo Experimental de Teatro Vivarte viajou neste sábado, 13, para Porto Velho. O motivo? A realização de 05 oficinas entre os dias de 15 e 19 de junho na capital de Rondônia. O projeto foi aprovado em novembro de 2008 por um edital da Fundação Nacional de Artes (Funarte) do Minc para o Ponto de Cultura Ser Especial na Arte da Associação Cultural O Imaginário. E conta também com pesquisa de linguagem corporal e a apresentação de espetáculos de teatro.

Mas o intercâmbio cultural com os nossos vizinhos tem uma particularidade. O grupo irá realizar, entre outras atividades, uma oficina focada para portadores de necessidade especiais. Outro fator importante é que as apresentações teatrais vão contar com a participação de alguns atores tirados das oficinas ministradas pelos integrantes do grupo Vivarte, além de dois aprendizes do grupo que aprenderam as técnicas teatrais em oficinas realizadas por em Rio Branco. Segundo Daniele Rodrigues, membro do grupo de teatro, é importante que haja uma renovação de atores de rua.

Espetáculos que serão apresentados:

- Os Lamentos da Mãe da Mata
- Brincando Com Cordel
- Manuela e o Boto
- O Casamento da Filha do Mapinguari
- O Cortejo
- Cabe na Mala


*Texto originalmente publicado no blog do CulturaRB

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Breve Historia

Criado no município de Rio Branco, Estado do Acre, o Grupo Experimental de Teatro Vivarte surgiu em1998. Sua atuação está focada no teatro de rua, com ênfase na cultura popular brasileira, no imaginário e nas tradições acreanas e amazônicas.
Os textos trabalhados são sempre resultados de pesquisas feitas pelo próprio Grupo inspirados em histórias e causos da Região através de entrevistas e registros, bem como das oficinas de arte disponibilizadas gratuitamente às comunidades onde circulam os espetáculos e projetos. A opção pelo teatro de rua deu-se a partir de 2005, e é coerente com a realidade da região Norte e mais especificamente com o Estado do Acre, que de acordo com as pesquisas nacionais, é um dos Estados que apresenta uma das mais escassas ofertas de bens e equipamentos culturais no país. Através da Circulação, principalmente no interior do Norte do Brasil, o Grupo mostra a arte do teatro
em vários palcos, muitos deles feitos do próprio asfalto ou chão de terra batida. As apresentações são sempre acompanhadas ao som de instrumentos como violão, triângulo, pandeiro e tambor. Sempre gratuitamente, nas ruas e espaços públicos como praças, coretos e parques, o Grupo Vivarte busca contribuir para garantir a todas as camadas sociais a oportunidade de participar e ter acesso às manifestações artísticas e culturais. A partir dessa filosofia, os espetáculos Vivarte circulam desde a capital acreana, onde surgiu, a municípios de difícil acesso no interior do Estado do Acre, onde são necessários dias e dias de barco para se chegar. Levar a arte do teatro às aldeias indígenas e seringais também é um compromisso Vivarte. A idéia é de acessibilidade, difusão e fruição a todos, sem distinção de classes Sociais, etnias ou religiões.