segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Cantoria para encantar

Em novo espetáculo, indivíduos, personagens e lugares compõem uma única história 


“Aos poucos vamos transformando sonhos em realidade”. Assim Maria Rita, artista e presidente do Grupo Vivarte, inicia uma conversa sobre as andanças que levam o grupo Vivarte a subir e descer os rios do Acre; a adentrar pelas florestas em busca de personagens que inspirem tanto os roteiros artísticos do grupo, como também os sonhos, a vida e os projetos dos artistas. Eles que, nesta peça, transformam numa única e inseparável história o enredo de suas trajetórias particulares e as transformações de um lugar.


Boto, Uirapuru, Onça, Cobra-grande, Iara, Mãe da Mata. Personagens, mitos, indivíduos e artistas compõem uma história onde não se sabe ao certo o que é real ou ficção. “Sonhamos em ver uma floresta preservada”, continua Rita. Ela sabe que isso implica em preservar também o teatro e os conhecimentos tradicionais da floresta. 


 O “Encantoria”, mais novo espetáculo do Vivarte, é uma viagem aos mistérios da Amazônia, inspirado não apenas em histórias contadas, mas, sobretudo, em vivências que o grupo experimentou, juntamente com o autor do texto, Edmilson Santini. 


A construção teve início em 2009, com viagens em todo o interior do Acre, proporcionando o encontro com indígenas e ribeirinhos, povos tradicionais do estado. “Com essas trocas, colocamos na mala histórias que, de certa forma, contam também a nossa própria trajetória”, explica Rita. Ao todo, sete artistas somam 15 personagens. Toda produção e direção é feita por integrantes do grupo. 


A montagem do espetáculo foi financiada com recursos do Prêmio Funarte de Artes Cênicas, do Ministério da Cultura - MinC; e do Fundo Municipal de Cultura e da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Rio Branco, com patrocínio do Banco do Brasil.


Matéria publicada originalmente no Jornal Página 20em junho de 2012. 
Texto de Giselle Lucena
Fotos: Talita Oliveira

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Arco-íris: uma nação de ritmos



Crianças, professores e estudantes com idades que variam de oito a 50 anos, saem às ruas, praças e escolas da cidade, levando ritmos, danças e cantos de coco de roda, maracatu, ciranda e baque de samba, e convidando o público a entrar na roda e deixar o corpo vibrar junto ao tambor da terra. 

Este é o grupo de música e dança Nação Arco-íris, liderado por Marilua Azevedo e Dani Mirini, também integrantes do grupo de Teatro Vivarte. “Nosso objetivo é formar, difundir e compartilhar o universo da cultura popular brasileira e acreana”, explica Dani. 


“A dinâmica da apresentação inclui canções e danças do nosso povo, e desperta o ser brincante que cada um carrega dentro de sim”, conta Mirini. Ela explica que brincante é o como os artistas populares se autodenominam. “Eles não se dizem músicos, atores ou dançarinos, eles se dizem brincantes, e os espetáculos que produzem são chamados de brincadeira”. 

O Nação Arco-íris é um grupo voltado para a prática e a pesquisa da cultura popular brasileira e acreana. “Este trabalho é nosso compromisso com a herança da nossa cultura tradicional, e é isso que desejamos passar adiante”, diz Mirini.

Por meio de financiamento do Fundo Municipal de Cultura de Rio Branco, foram realizadas oficinas para manutenção do grupo, e dinamização da Casa de Cultura Vivarte, equipamento cultural localizado no bairro Nova Estação, que oferece atividades culturais gratuitas aos residentes no referido bairro e suas adjacências.